Transcrever emoções, sentimentos, passado, futuro ou desejos, é viver - ou reviver - tudo o que há de melhor.

sábado, 17 de outubro de 2009

A Formiga e a Cigarra

- Bom dia, formiguinha. O que você está fazendo? – perguntou a cigarra cantarolando.
- Trabalhando, oras! E é o que você devia fazer, sabia? Quando chega o inverno, é sempre bom ter um bom punhado de comida. Nunca é demais. – disse a formiga, sem parar de andar.
As formigas, todas muito trabalhadoras, passavam todo o ano, com exceção do inverno, carregando alimentos para dentro de suas casas.

Passavam todos os dias em frente à moradia da cigarra, e lá estava a danada cantando e se divertindo, enquanto todas as formigas se esforçavam ao máximo para manter suas casas cheias de alimentos, que as sustentariam durante o duro inverno.
- Dona Cigarra, não vais trabalhar? Não me importunes pedindo comida durante o inverno. Deixe Logo essa cantoria de lado e trate de carregar alimentos para manter-se. Só com muito trabalho poderemos sobreviver a esse terrível tempo.
E sem deixar de cantar, a cigarra lhe respondia:
- Deixa disso, formiga! Não há nada melhor que cantar!
Passaram-se muitos dias, e o cenário não mudava: As formigas andando de lá pra cá com folhas e outros alimentos sobre suas costas, e a cigarra cantava e até dançava.
As formigas comentavam entre si, nas poucas horas vagas, que a cigarra era um tanto abusada, e que morreria de fome durante o inverno, quando não poderia sair para achar comida.

Um bom tempo depois, o inverno chegou, e as formigas trancaram-se no conforto de seu lar. Passaram todo o inverno comendo o estoque de comida que haviam feito. As formigas conversavam, todas muito animadas com a expectativa da volta ao trabalho, muitas vezes sobre a cigarra e como ela teria morrido terrivelmente de fome e frio.

Quando o inverno chegou ao fim, saíram de sua casa, e deram de cara com a cigarra, muito bem vestida e num conversível vermelho, aparentemente importado, porque elas nunca antes o haviam visto por ali.
Uma formiga , curiosíssima com o fato, perguntou à cigarra:
- Dona cigarra! Onde conseguistes esse carro e essas roupas lindas?
E a cigarra, que envergava um lindo terno risca de giz, respondeu:
- Vejo que ainda não ficou sabendo! Minha música faz muito sucesso e anima a muitos outros insetos. Fui descoberta por um produtor, que me levou pra fazer uma grande turnê, então passei todo o inverno cantando por vários lugares –incluindo a Broadway.
“Agora com a sua licença, vou tomar um bom banho de espuma.”

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O essencial é invisível aos olhos.

(E tem mais. Muito mais!)

Não adianta reclamar da vida o dia inteiro, porque isso acaba com a sua inocência. Gente grande é assim, passa o dia todo brigando com o mundo pra conseguir luxo, e acaba se esquecendo de coisinhas pequenas. Duvido que alguém possa ser feliz sem deixar de criticar e subir às costas de outrem.


É importante olhar pra luz do luar. Fora de brincadeira. Sair todos os dias de casa é um saco. Sentar e assistir um filme bonito ou um desenho em 2D alivia muito.
Permita-se.

Pode parecer que deixar de sair todos os dias (ou todos os finais de semana) seja jogar a vida fora, mas... O essencial é invisível aos olhos.

Espero não me esquecer disso novamente.

Tu és responsável pelo que cativas. Torne-se insubstituível para alguém.
E, com o perdão da palavra, pro inferno com a popularidade. Se tem uma coisa que me deprime, é esse troço de popularidade (como diria o Holden). Talvez isso se dê por conta de eu nunca ter sido popular, então, agradeço por isso. Com frequência me esqueço disso, mas sempre volto a tempo. Antes insubstituível para uma pessoa do que meia boca para um milhão!

Gente grande é que é sempre assim, fica se esforçando pra ser popular, pra depois poder dizer que é mais feliz que todo mundo, ou que é mais triste e sua vida é mais difícil, ou que é mais esperto que todos os outros, ou que tem mais amigos, ou que é mais rico, ou que é mais legal, ou que é superior (e pra isso atacam os pontos fracos dos outros), ou qualquer coisa do tipo.

Gente grande não tem pensamento lógico e puro.

Odeio ouvir essas coisas sobre gente que venceu na vida. Vencer na vida não é exatamente ser feliz, pra pessoas grandes. E não importam as pessoas que você teve que derrubar, você fez o que tinha de fazer...

Humpf!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Esse não é um texto sobre conformismo. Ou melhor, é o conformismo visto por um outro prisma.

You can do anything you want to! So...

Não me venha com essa de crise econômica mundial.

Vou explicar aqui e agora, porque é que tantas pessoas não conseguem chegar ao fim natural do jogo¹.
Explicação em 38 palavras:

Continuar correndo atrás de seus objetivos ou ajudar sem medir esforços é muito mais doloroso. Tornar-se um herói para si próprio ou para os outros exige uma energia muito maior que a necessária pra puxar um gatilho.

As long as I live, I’ll make it worth!

É isso mesmo. Essa é a sua chance de ser feliz. Faça o que quiser.


Eu gosto muito da frase a seguir, só não me lembro muito bem onde foi que eu li isso, mas era mais ou menos assim:
“O ser humano é um bicho engraçado. Perde a sua saúde pra ganhar dinheiro, e depois gasta todo o seu dinheiro pra recuperar a saúde”.

Alguém ousa discordar?

We work really hard to buy shit we don’t need!

Uma coisa eu aprendi: Posso passar a vida trabalhando duro e poupar até passar fome pra morrer com um milhão de reais na minha conta bancária, ou posso aproveitar a minha juventude e não me arrepender no meu leito de morte.

Vamos lá! Todo mundo sabe que não se alimenta o ego com dinheiro.

Todos precisam de apoio² nessa vida. Você cria as oportunidades. O conforto do seu lar pode ser o seu jazigo.

Sabe o que me deu vontade de fazer hoje?
Pegar uma nota de R$ 100,00 – lê-se cem reais – e escrever à caneta “Aqui jaz a felicidade”.

Sabe o que me faltou? Bom, em primeiro lugar, a cédula.

Ninguém controla a linha do tempo. Uma oportunidade é sempre única.
Ao lerem este texto, várias pessoas³ podem – e vão – pensar que falo tudo da boca pra fora, e/ou que falo uma coisa e penso outra.
Eu aprendi, sabe?

A preguiça pode ser o seu pior inimigo. Acredite.

Jogo¹ - Referência à vida.
Apoio² - Referência à amigos, não dinheiro.
Pessoas³ - Referência à você.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Nas entrelinhas da coragem

Ainda ando indeciso quanto a meus planos.


(Confesso que pensei que tudo fosse ficção. Até 2007 e 2008 acontecerem, pensei mesmo ser apenas ficção. Mas eis que surge a dor, minando assim, a esperança de que todo aquele papo de a vida ser séria, era fictício. É um tanto quanto contraditório. O que torna tudo muito mais interessante. De um lado, a existência de situações vistas apenas em novelas mexicanas torna-se iminente, e do outro, a proposta de que uma vida tranqüila e cheia de amor exista torna-se, a cada dia, mais absurda.)


O que anda me irritando profundamente é a minha incapacidade de me expressar, mesmo usando a escrita.
Angústia me cobrindo, mesmo. Espero que escrevendo dessa maneira, meio que vomitando palavras, eu consiga sentir uma pontada de alívio, que seja.
Ando decepcionado mesmo com muita coisa, e muita gente, e não peço a compreensão de ninguém, apesar de ser reconfortante.
Alívio puro seria uma boa pedida. Não sei onde consegui-lo, mas sei que preciso do bendito alívio instantâneo.

Eu deveria estar tranqüilo, afinal de contas, não fui eu quem traí meus ideais e não fui eu quem se tornou o que não era. E felizmente, não pretendo fazê-lo. Por essa e mais outras razões, prefiro estar envolto em lama, que em teus pensamentos e idéias.

Gosto um bocado do meu jeito, e não quero perder isso só pra poder me apoiar nas pernas de terceiros. Gosto do meu humor do jeito que é, e espero nunca chegar a ter que ofender alguém pra ser engraçado, e muito menos diminuir alguém pra me sentir maior.

Acaba sendo patético apresentar características tão descaradamente roubadas.Enxerguei a mudança, e pra mim, houve uma pausa. Não ando mais desse lado, e não pretendo me arrepender.

Aqui a graça está em fazer rir, e não em diminuir.
Piada ingênua e tudo. Amo isso. Amo de paixão.
Minha mão não está estendida, e não pretendo estendê-la.

Encontrei o alívio. Alívio o suficiente pra me curar por uma noite.
E isso me exigiu menos coragem do que jamais imaginei.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Do futuro e outros Demônios

Não sei muito bem o que aconteceu - até aí está tudo normal, eu nunca sei bem o que aconteceu - mas a lembrança veio bater à minha porta.

Todos os meus sonhos - ou boa parte deles - me voltaram à cabeça. O jornalismo. Ah, o jornalismo! Me lembro muito bem que meu coração quase me escapava pela boca quando eu pensava em poder discorrer sobre um certo assunto com total liberdade, e ainda ser bem recebido! Agora eu sequer penso que isso possa ser lido e/ou levado a sério e/ou levado em consideração.

História. Nossa! Quantos imbecís não me perguntaram "MAS HISTÓRIA?" durante aquele tempo? Acho que no fim das contas eles conseguiram me convencer, não é? É, acho que ninguém é assim tão forte.

Foram muitos sonhos, e nossa!, não sei o que seria de mim sem eles. Ainda fazem parte de mim, alguns enterrados um pouco mais fundo que outros, mas todos continuam aqui.
Uma pena não viver saudável por duzentos anos.

E o futuro? Aaargh! Como me repulsa!
É medonho! Me abomina esse demônio!
Não acho que eu seja o único a ser assombrado por esse maldito fantasma, mas poucos o dizem.

E as faculdades? Não sei se estou pronto. Sinceramente não sei.
Todo mundo fazendo algo da vida, os que pregam a liberdade, e os que se entregam mesmo de corpo e alma ao Deus Dinheiro. Todos.

E as coisas simples? Siiim! Tem a saudade das coisas mais simples e perfeitas do mundo: Amizades.
Algumas acabaram por culpa do tempo e distância, outras eu mesmo joguei fora, e dentre elas, me arrependo amargamente de uma em especial. Como queria aquele tempo de volta!
E pro inferno com qualquer um que disser agora que aquele tempo bom não volta nunca mais!
Eu vou fazer voltar! Ah se vou!

Pago por todos os meus erros, mas a dor me moldou, me fez ser melhor. Um dos famosos males que vêm para o bem.

Pra ser sincero comigo mesmo, não sei se foi bem um erro. Me arrependo é de não ter aberto o jogo antes e acabado com tudo, ou começado algo maravilhoso.

Às vezes faz falta ter um cabelo pra afagar e tudo. É natural.
O problema é ter passado tanto tempo e a coisa não ter mudado, muita sacanagem do destino.
Mas dessa vez tudo vai ser tranquilo, tudo vai ser bonito, e se tiver que afagar algum cabelo, não vou impor isso a mim mesmo.

Uma pena a vida não ser um romance inglês do século XIX.

Alguém sabe explicar como é que é possível sentir saudades de algo que não se teve?
Falsa nostalgia, sei lá.
Pegadinha da vida. Brincar com coisa séria é a única graça, e a única escapatória.

E os novos sonhos? Nossa, são lindos! Mas é interessante como os antigos voltaram a me atrair.
Impressionante, mesmo!

E algumas decepções com as personalidades que tornaram-se de repente novas. Tsc!
Felizmente alguns novos anjos vieram pra me apoiar. Sinto uma imensa gratidão, amor e carinho por um em especial.
Uma amizade tão bonita quanto é possível.

Eu sei que me falta ainda uma coisa, e sei bem que não é assim tão difícil.
Mas, não sei, acho que com relação a isso eu estou fora dos padrões humanos.
Eduardo Pataca ataca novamente? Sim, mas o alvo é antigo.

Acredite, por vezes eu mesmo não queria estar em minha pele.