Sinto enorme agonia neste momento. Tenho andado pouco deprimido. Quase posso dizer que há uma ponta de felicidade em mim. O problema é que
sempre me lembro de que o que estou fazendo vai contra o que acredito. Mil
perdões. Eu lhe devo mil perdões. Não
mereço teu braço, teus lábios e teu colo. Tentei te avisar, mas sou fraco por
demais.
Se ao menos você soubesse o quão pouco te mereço... Sou um
ser humano detestável. Tenho plena noção de meus atos, o que me torna ainda mais
detestável. Não lhe mereço, minha senhora.
És demasiado pura para envolver-se com tamanho problema. É
exatamente o que sou: um problema. Os livros que li, as canções que escutei, as
pessoas com as quais convivi, os filmes que assisti e ainda um par de outras
coisas, me tornaram o que sou: um ser totalmente desajustado a esta sociedade. E
não me julgo errado, cara senhora. Mas meu julgamento é um tanto diferente do
seu. Não te mereço.
E não te devo explicações, te devo liberdade. Te arranco a
liberdade com a língua. Sou um ser humano deplorável.
E oitenta pessoas me tentam salvar. Pobres diabos. Não
entendem que não se pode impor a droga da salvação à pessoa alguma. Não quero
ser salvo, quero distância de seus ideais e tenho pavor de me tornar alguém que
seja até mesmo suavemente parecido com vocês. Eu vos odeio, salvadores. Prometo pedir ajuda se um dia desejar me
render à vossa podridão, mas, enquanto isso, não me salvem.
E não aceito vossos julgamentos, meus senhores. Não os
aceito pelo simples fato de vivermos em diferentes mundos mesmo que dentro da
mesma sociedade. Podes pensar o que quiser sobre quem quiser, assim como posso
pensar o que quiser sobre seu pensamento. A liberdade muito me ensinou.
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