“Hoje pela manhã, me perguntei
pela décima quarta vez por que é que ela não me queria. Perguntei-me qual era a
razão da rejeição. Oras, pela décima quarta vez encontrei um novo motivo. Já somo
dezoito sólidos motivos. Mas que droga! Deve haver suco gástrico em excesso dentro
de mim. Meu estômago anda uma droga. Minha bile é altamente corrosiva. Sou
pouco para ela. Ana merece um tanto mais. E essa droga de proximidade aumenta
minha produção de suco gástrico. Talvez eu deva me afastar. Preciso fazer o que
a nós seja conveniente. Depois desta manhã, tentei prometer a mim mesmo que eu
faria algo para evitar aborrecê-la, mas não consegui finalizar a promessa.
Cansei de mentir para mim mesmo. Preciso de mudança. Não sei por quanto tempo mais
aguentarei. Talvez eu precise realmente me afastar.”
“Ontem o Diego me ajudou com um
probleminha. Deus! Eu queria tanto que nós fossemos só amigos...! Mas ontem
enquanto ele me ajudava, percebi que por duas vezes ele demorava demais com
seus olhos em mim. Acho que ele está exagerando com essa coisa toda! Ele não
tem motivos para isso. Ele é sempre muito legal comigo, mas já não sei se ele é
uma pessoa legal de verdade, ou se só quer me impressionar. Queria muito que
fossemos somente amigos! Às vezes, quando me lembro das coisas que ele me
disse, bem, confesso que me sinto muito feliz. Ele me disse coisas que eu não
esperava ouvir de ninguém. Na verdade ele me disse coisas tão boas sobre mim,
que nem eu concordo. Mas ele é tão... Eu queria que ele tivesse uma namorada. Sinto-me
horrível quando ele me trata muito bem, ou quando se esforça para me ajudar.
Tenho a impressão de que o estou usando. Droga, Diego! Ele é tão bom para mim,
mas... talvez eu deva me afastar.”
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