Há tempos não me arrancam tantos sorrisos em um só dia. E
falo de sorrisos, não de risos, cara senhora. Entende a gravidade do assunto? É
extremamente difícil fingir um sorriso. E lhe garanto que meus sorrisos são da
mais pura e espontânea natureza, senhora.
Senti falta de sentir-me assim.
Meu cérebro a descreve tantas vezes que em dado momento me
olvido da cor real de seus olhos.
Tem grande influência sobre minha pessoa, prova disto foi a
noite de nossa conversa. Tive certa dificuldade para dormir. Uma vez
adormecido, no entanto, e foi pura calmaria. Consegui a mais bela noite de
sono.
A senhora é uma grande figura, e já figura entre as mais
importantes de minha vida. Foi a descoberta do mês. A descoberta do ano!
Devo-lhe prévias desculpas pelos próximos parágrafos. Não
consegui evitar uma nova descrição. Sei bem que conhece a si própria, mas
precisa enxergar-se como eu a enxergo.
Seus dedos, cara senhora, são alongados, frágeis e de fina
beleza. Ornamentados por lindas unhas
que pertencem tanto a seus dedos quanto à minha carne. Os afortunados anéis que
carregam alguns de seus dedos são de igual beleza. Escolhidos a dedo, se assim
me permite dizer.
Poucas vezes vi braços tão graciosos. São frágeis, a exemplo de seus dedos, e não poderiam terminar em melhores ombros. Gosto de como encolhem-se,
como se sua dona padecesse com agudo frio. O esplendor de seu tronco é incomum.
Abençoado tronco que conecta-se a membros superiores e inferiores – que, em
realidade, não são de maneira alguma inferiores ao restante de seu corpo. São,
ao contrário disso, membros que completam, conversam, compactuam e compartilham
de sua beleza, o que consolida o conceito de belo com comiseração tamanha, que
deixa comovido tão comedido compositor.
Seu pescoço, querida senhora, não poderia receber elogios em
excesso! Que lindo amparo para face tão angelical! Mas me reservarei o direito
de não descrever-lhe os olhos, boca, nariz, sorriso, cabelos e orelhas. O
sofrimento é suficientemente grande sem que o faça.
Uau!!!!
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